sexta-feira, 31 de outubro de 2008

STF: Somente o Congresso Nacional pode editar lei sobre interrogatório por videoconferência

19:40 |

A Lei estadual 11819/05, que estabelece a possibilidade da utilização do sistema de videoconferência no estado de São Paulo, foi declarada formalmente inconstitucional pela maioria dos ministros (9x1) do Supremo Tribunal Federal (STF). O tema foi debatido no Habeas Corpus (HC) 90900 impetrado, com pedido de liminar, em favor de Danilo Ricardo Torczynnowski. Os ministros entenderam que cabe somente à União legislar sobre a matéria (processo penal).
Danilo foi preso em agosto de 2005 por roubo qualificado, tendo sido condenado à pena que cumpriu, em regime fechado, até junho de 2008, quando passou para o regime semi-aberto.
Tese da Defesa
A defensoria pública paulista pedia a anulação de interrogatório realizado por meio de videoconferência. Alegava que o procedimento é contrário ao artigo 185 do Código de Processo Penal e à própria Constituição Federal, quando assegura o exercício da ampla defesa.
Conforme a defensoria, somente a presença física do juiz poderia garantir a liberdade de expressão do acusado em sua autodefesa. Assim, apontava a inconstitucionalidade da norma paulista, por violação ao artigo 22, inciso I, da Constituição Federal, sob o argumento de que a lei estadual trata de direito processual penal “e não de mero procedimento em matéria processual”.
Por essa razão, a defesa pedia a concessão do pedido para anulação do processo desde o interrogatório, bem como a realização de novo ato com a presença física do acusado. Pedia, ainda, a declaração de inconstitucionalidade da Lei Estadual 11819/05.
No Superior Tribunal de Justiça, pedido idêntico foi negado sob argumento de que não ficou demonstrado que o procedimento causou prejuízo à defesa do acusado. Aquele Tribunal afastou, ainda, alegações de violação aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, da publicidade e da isonomia, bem como a ocorrência de inconstitucionalidade formal da lei estadual que instituiu o interrogatório “on-line”.
Julgamento
A relatora, ministra Ellen Gracie, entendeu possível a realização de interrogatório por videoconferência. “O tema envolve procedimento, segundo entendo, e não processo penal”, disse a ministra, entendo que o estado de São Paulo não legislou sobre processo, mas sobre procedimento “o que é perfeitamente legítimo no direito brasileiro nos termos do artigo 24, XI da Constituição”. Assim, para ela, não há inconstitucionalidade formal da norma questionada.
A ministra também entendeu não haver inconstitucionalidade material, tendo em vista que o procedimento instituído pela norma paulista preserva todos os direitos e garantias fundamentais, inclusive a garantia da ampla defesa e o devido processo legal.
De acordo com a ministra, o sistema de videoconferência é uma nova forma de contato direto, não necessariamente no mesmo local. “Além de não haver diminuição da possibilidade de se verificarem as características relativas à personalidade, condição sócio-econômica, estado psíquico do acusado, entre outros, por meio de videoconferência, é certo que há muito a jurisprudência admite o interrogatório por carta precatória, rogatória ou de ordem, o que reflete a idéia da ausência de obrigatoriedade do contato físico direto entre o juiz da causa e o acusado, para a realização do seu interrogatório”, disse Ellen Gracie, ao votar pelo indeferimento do pedido.
Voto vencedor
O ministro Menezes Direito abriu divergência, votando pela concessão do habeas. “Entendo que a lei estadual viola flagrantemente a disciplina do artigo 22, inciso I, da Constituição da República”, disse o ministro. Ele destacou que a hipótese não se refere à procedimento, mas à processo, ressaltando que a matéria está explicitamente regulada no artigo 185, do Código de Processo Penal. “Com isso, a matéria é de processo e sendo de processo a União detém o monopólio, a exclusividade para estabelecer a disciplina legal na matéria”, afirmou.
Quanto à possibilidade da realização de videoconferência, prevista na Convenção Internacional como exposta pela relatora, o ministro disse que, em contrapartida, o Pacto de São José da Costa Rica estabelece a obrigatoriedade da presença física do réu perante o juiz. Segundo Menezes Direito, essa disciplina é repetida do mesmo modo no Pacto dos Direitos Civis e Políticos.
“Se houver uma legislação específica sobre vídeoconferência emanada do Congresso Nacional, certamente esta Corte será chamada a examinar in concreto se há ou não inconstitucionalidade, por isso que eu parei apenas na inconstitucionalidade formal”, disse o ministro, ao revelar que, em certos casos o interrogatório por videoconferência pode ser eventualmente admitido.
“Eu enxergo, portanto, que a possibilidade de videoconferência esbarra na disciplina constitucional brasileira”, concluiu o ministro, observando que o ato praticado “padece de evidente nulidade”.
O voto do ministro Menezes Direito pela concessão do HC foi seguido pela maioria dos ministros, vencida a ministra Ellen Gracie. Com a decisão, o Plenário do Supremo anulou o processo, declarou a inconstitucionalidade formal da norma paulista e concedeu alvará de soltura em favor de Danilo Ricardo Torczynnowski.
Fonte: Site do Superior Tribunal Federal, 30 de outubro de 2008. (noticiário institucional)

Réu tem direito de participar do interrogatório de co-réus no mesmo processo

19:39 |

Cada réu tem o direito de participar do interrogatório dos demais co-réus. Com este argumento, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello concedeu liminar em Habeas Corpus (HC 94601).
O habeas foi impetrado no STF contra uma decisão que negou a V.A.G. a oportunidade de acompanhar a audiência de interrogatório de co-réus em processo a que responde na justiça cearense.
De acordo com o ministro, a prerrogativa de participação ativa, podendo fazer perguntas, no interrogatório de co-réus, quando existentes, é uma garantia constitucional do due process of law (devido processo legal). E estes, por sua vez, não são obrigados a respondê-las, em respeito à prerrogativa contra a auto-incriminação.
Citando diversos precedentes da Corte, Celso de Mello deferiu a liminar, suspendendo o andamento do processo contra V.A.G. na 11ª Vara Federal do estado do Ceará, até o julgamento definitivo do pedido de habeas corpus, pela Segunda Turma do STF.
Fonte: Site do Superior Tribunal Federal, 30 de outubro de 2008. (noticiário institucional)

Nudecontu cria plano de ação conjunta

19:30 |

O Núcleo de Defesa do Consumidor e Tutelas Coletivas (Nudecontu) da Defensoria Pública do Estado realiza reunião com defensores de 27 comarcas na tarde desta sexta-feira (31). A iniciativa visa criar um plano de ação conjunta para tutelar o idoso com relação ao aumento no valor dos planos de saúde para esta faixa-etária.
Durante a reunião, os defensores receberam o calendário de ação conjunta. Ao discursar no início do evento, a Defensora Geral do Rio Grande do Sul, Maria de Fátima Záchia Paludo, enfatizou que os defensores envolvidos na ação civil pública serão "agentes e instrumentos para abrir um novo caminho para a instituição".
Fonte: noticiário institucional

Trabalho da Defensoria Pública é tema de programa na TV Justiça

19:28 |

O programa Repórter Justiça, que estréia nesta sexta-feira (31), às 21h30min, na TV Justiça, irá abordar o atendimento gratuito prestado pela Defensoria Pública e a importância da instituição para os brasileiros que não têm condições de pagar um advogado. O programa será reprisado no sábado, às 19h, no domingo, às 19h30min, e na quarta-feira, às 20h30min.O Repórter Justiça vai mostrar que apesar dessas dificuldades, os serviços prestados pelas Defensorias Públicas do país têm alcançado muitas vitórias, como o fenômeno chamado de "judicialização da saúde". É cada dia maior o número de pessoas que tem recorrido à Justiça para garantir o acesso à saúde por meio do trabalho da instituição.
Mais do que discutir, o Repórter Justiça explicará quem tem direito e quais são os documentos necessários para o atendimento. Também serão apresentados casos importantes de pessoas que conseguiram, por meio da Defensoria Pública, o direito fundamental à vida.
De acordo com dados do Supremo Tribunal Federal, em 2005 eram 3,6 mil Defensores Públicos no país. Hoje são mais de 5 mil. O número, destaca o site do STF, ainda é insuficiente, uma vez que os defensores prestam serviço a 85% da população – uma média de 30.600 pessoas para cada um.
Fonte: noticiário institucional

Defensoria Pública: faltam profissionais, sobram vitórias judiciais

19:23 |

Brasileiros que não têm condições de pagar um advogado têm direito a um defensor público. Mas em um país com as dimensões do Brasil será que esse preceito legal está totalmente assegurado?
No Repórter Justiça desta semana, vamos ver que em 2005 eram 3.600 defensores públicos. Hoje são mais de cinco mil. Número ainda insuficiente, afinal os defensores prestam serviço a 85% da população, uma média de 30.600 pessoas para cada um!
Além da escassez de profissionais atuando nessa área, há outro problema: a falta de informação a respeito da Defensoria. A população simplesmente não sabe que tem o direito de procurar um defensor para receber atendimento gratuito.
O Repórter Justiça vai mostrar que apesar dessas dificuldades, os serviços prestados têm alcançado muitas vitórias. Vamos conhecer um fenômeno chamado de "judicialização da saúde". É cada dia maior o número de pessoas que tem recorrido à Justiça para garantir o acesso à saúde via defensoria pública. "A Defensoria Pública da União, como instituição democrática, visa alcançar e garantir os direitos fundamentais no Estado Democrático de Direito. Quando tiver algum direito ou um medicamento, ou internação hospitalar ou alguma outra necessidade com relação à preservação da sua vida, da sua saúde, podem procurar a Defensoria Pública para terem garantidos esses direitos que estão aí concretizados na Constituição Federal", alerta Eduardo Flores, defensor público-geral da União.
Mais do que discutir, o Repórter Justiça desta semana vai prestar um serviço. Vamos explicar quem tem direito e quais são os documentos necessários para o atendimento. E mais, você vai conhecer casos importantes de pessoas que conseguiram, por meio da Defensoria Pública, o direito fundamental à vida!
Exibições:
Sexta - 21h30Sábado - 19hDomingo - 19h30Quarta - 20h30
Fonte: www.tvjustica.gov.br

Comissão do Código de Processo Penal tem novo encontro em novembro

19:14 |


A Comissão Externa do Senado Federal para Reforma do Código de Processo Penal (CPP) terá um novo encontro no próximo dia 4 de novembro, para mais uma rodada de discussão sobre o anteprojeto do novo CPP. A comissão é coordenada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Hamilton Carvalhido, que atualmente também acumula o cargo de coordenador-geral da Justiça Federal. Entre outros temas, o encontro tratará do aumento da lista de crimes que exigem representação do Ministério Público. O ministro Hamilton Carvalhido explica que a comissão já criou amplo quadro com todos os projetos de lei atualmente em trâmite no Senado e na Câmara dos Deputados tratando de alterações no CPP. Também foi criado um quadro com todas as propostas de alteração do código pelo Poder Executivo Esses instrumentos visam facilitar o trabalho da comissão, permitindo uma visão clara dos rumos do anteprojeto. Segundo o ministro os temas, como um novo modelo de investigação pré-processual e as medidas cautelares, já foram bastante discutidos e que a principal preocupação agora é o tempo. O prazo final da comissão para a entrega do anteprojeto para discussão do Poder Legislativo expira em 31 de janeiro do próximo ano. A comissão do Senado foi criada em julho deste ano por requerimento do senador Renato Casagrande (PSB/ES) e, além do ministro Hamilton Carvalhido, tem oito outros juristas de renome na composição. Entre eles estão o juiz federal Antônio Correa, o membro do Ministério Público de São Paulo Antônio Magalhães Gomes Filho, o membro do Ministério Público Federal Eugênio Pacelli e o presidente da OAB do Amazonas Felix Valois. Um consenso dos membros da comissão e de outros especialistas do Direito Penal é que o CPP, instituído em 1941 e com diversas alterações posteriores, está bastante defasado. O ministro chegou a afirmar haver um "sentimento de urgência" na elaboração do novo código. Além do trabalho realizado pela comissão no Senado, a Câmara dos Deputados também discute o tema com o Projeto de Lei 4206 de 2001.

Fonte: STJ (www.revistarec.com.br)

Pais podem ser dependentes na previdência, se não têm meios de subsistência

19:13 |


Os pais de segurado podem ser reconhecidos como seus dependentes, desde que não tenham meios próprios de subsistência e dependam economicamente do segurado. Com este fundamento, com base na Lei nº 7.672, de 18 de junho de 1982, a 21ª Câmara Cível do TJRS, confirmou sentença de 1º Grau que determinou a inclusão de uma mãe como segurada do IPE- Saúde, como dependente do filho. A apelação foi interposta pelo Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul (IPERGS) que pretendia a reforma da sentença sustentando que não havia sido comprovado por parte da mãe a inexistência de meios para prover sua subsistência. A Desembargadora Liselena Schifino Robles Ribeiro, Relatora, destacou que, de acordo com o artigo 13 da Lei nº 7.672/82, que reestruturou o Instituto, considera-se dependente econômico a pessoa que percebe, mensalmente, renda inferior a um Salário Mínimo Regional. Salientou a magistrada que, conforme os documentos anexados no processos, a mãe recebia, a título de aposentadoria da Previdência Social, R$ 351,33, em março de 2007, inferior ao salário mínimo regional (R$ 477,40), o que autoriza o reconhecimento da condição de dependente econômica de sua filha. "Resta induvidoso que a autora era dependente de sua filha, sem que a pensão percebida junto ao INSS afaste seu direito à inscrição como dependente na autarquia estadual, diante do seu pequeno valor." Também participaram do julgamento unânime, em 15/10, os Desembargadores Francisco José Moesch (Presidente) e Marco Aurélio Heinz. Proc. 70026512624

fonte: TJRS (www.revistards.com.br)

Teoria do fato consumado não se aplica a nomeações por decisão sujeita à modificação

07:52 |


A teoria do fato consumado não pode ser aplicada nas hipóteses de nomeação de candidatos em concurso por força de decisão judicial precária, sujeita, portanto, à modificação na hora do julgamento do mérito do caso. A conclusão é da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao dar provimento a recurso especial do Estado de Alagoas, para corrigir decisão que o obrigou a nomear candidatos que permaneceram em concurso para delegados apenas por força de decisões provisórias. Em concurso realizado para o preenchimento dos cargos de Delegado de Polícia de 3ª categoria, o resultado parcial do certame foi publicado após a prova objetiva de conhecimentos específicos. Na ocasião, foram convocados 129 candidatos para a realização da segunda etapa ? teste de aptidão física ?, número correspondente a três vezes o total de vagas oferecido no edital. Apesar de não figurarem na lista de convocação para a fase seguinte, os candidatos entraram na Justiça com ação cautelar, alegando aprovação na prova subjetiva e pleiteando a participação nas fases subseqüentes do concurso. Em 30 de novembro de 2001, a liminar foi concedida pelo juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública estadual, assegurando a permanência no concurso até decisão do mérito da causa. Posteriormente, a liminar foi confirmada na sentença de mérito prolatada na cautelar, garantindo-se aos candidatos a participação nas demais fases e etapas subseqüentes do certame previstas no edital, inclusive o Curso de Formação Policial, em igualdade de condições com os demais candidatos aprovados. Insatisfeito, o Estado apelou, mas o Tribunal de Justiça negou provimento à apelação, determinando a adoção das medidas cabíveis para nomeação, no prazo de cinco dias úteis, de oito candidatos nos cargos de delegado de polícia de 3ª categoria. Em embargos de declaração propostos pelo Estado, o Tribunal afastou, ainda, a alegação de reformatio in pejus (reforma para pior) da sentença. Para o tribunal estadual a decisão não extrapolou os limites do pedido, tendo apenas reiterado a forma e os termos da sentença, que julgou a ação originária (principal) procedente. No recurso especial dirigido ao STJ, o Estado pediu o reconhecimento da reforma para pior, alegando ocorrência da ofensa ao artigo 515 do Código de Processo Civil. A Quinta Turma deu provimento ao recurso especial. "Resta patente a reformatio in pejus, porquanto a determinação de nomeação dos candidatos pelo Tribunal de origem, sem que houvesse pedido por parte dos candidatos, que sequer apelaram, extrapolou os limites da sentença monocrática, a qual determinou apenas e tão somente que os candidatos participassem das demais fases", considerou a relatora do caso, ministra Laurita Vaz. A relatora afirmou, ainda, que sequer constou da inicial da medida cautelar pedido para nomeação, sendo certo que a pretensão se limitou à participação nas etapas e fases seguintes. "é imperioso esclarecer que o processo principal foi extinto sem julgamento de mérito, por ausência de interesse de agir, nos termos do artigo 267, inciso VI, do Código de Processo Civil, uma vez que os candidatos ou não freqüentaram o Curso de Formação, ou não participaram das etapas subseqüentes", acrescentou. Ao dar provimento ao recurso especial do Estado, a ministra concluiu que não pode ser aplicada ao caso a teoria do fato consumado. "Ora, os argumentos aventados não lhes garantem direito líquido e certo à manutenção do exercício dos cargos, tendo em vista que os atos de nomeações se deram de forma precária, por força de decisão judicial precária". Ainda segundo a relatora, ao julgar a ação principal, o tribunal de origem afastou o pretenso direito, pois, apesar de terem alcançado a tutela jurisdicional, os candidatos não participaram integralmente do certame, uma vez que não foram levados às etapas subseqüentes dadas as suas módicas classificações, ou seja, os candidatos não cumpriram ou não foram aprovados em todas as etapas do concurso. "Assim, entendo que o caso ora examinado não se subsume à teoria do fato consumado, de modo a reconhecer o direito à nomeação de candidato aprovado sub judice", concluiu Laurita Vaz.

Fonte: STJ (www.datadez.com.br)

STF decide idade mínima para criança começar ensino fundamental

07:48 |

O ministro Ricardo Lewandowski já tem em mãos o parecer da Procuradoria-Geral da República que opina pela constitucionalidade de se garantir a matrícula no ensino fundamental de crianças que completem seis anos após o início do ano letivo.
O tema é discutido em Ação Declaratória de Constitucionalidade proposta pelo governo de Mato Grosso do Sul. O governador afirma que o estado tem enfrentado questionamentos, em Mandados de Segurança, quando é indeferida a matrícula, no primeiro ano do ensino fundamental, de crianças que ainda não completaram seis anos na data de início do ano letivo.
O processo discute a constitucionalidade do artigo 32 da Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96), segundo o qual o ensino fundamental se inicia aos seis anos de idade. Em seu parecer, a PGR se manifesta pela extinção do processo, sem discussão de mérito. Entretanto, na eventualidade de a Corte vir a entrar no mérito, sustenta que o disposto no artigo “não autoriza dizer que é constitucional apenas a interpretação que lhe foi conferida pelo requerente (o governo de MS) e por alguns tribunais do país, inclusive pelo Superior Tribunal de Justiça”. Por esta interpretação, a matrícula só pode ocorrer quando a criança já tiver completado seis anos.
O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, entende que não é possível concluir, pela leitura da Lei 9.394 ou do artigo 208, inciso IV, da Constituição Federal — segundo o qual a educação infantil se estende até os cinco anos de idade — que o Legislativo federal possibilitou o ingresso no ensino fundamental apenas à criança que tenha seis anos completos no início do ano letivo.
Segundo ele, a transição dos cinco para os seis anos não se dá, necessariamente, no início do ano letivo, “e não parece que o constituinte teve o objetivo declarado de provocar um lapso temporal entre o término da educação infantil, na metade do ano, quando findos os cinco anos de idade, e o início do ensino fundamental apenas no ano seguinte, ocasião em que a criança já tivesse completado os seis anos”.
Antonio Fernando Souza cita o precedente da Ação Direta de Inconstitucionalidade 682, em que o Supremo julgou constitucional uma lei do Paraná que faculta a matrícula escolar antecipada de crianças que completem seis anos durante o ano letivo.
ADC 17
Fonte: Revista Consultor Jurídico, 29 de outubro de 2008 (www.conjur.com.br)

Endereços eletrônicos do STF mudam para .jus.br a partir de sábado

07:44 |

O endereço do site do Superior Tribunal Federal será alterado neste sábado (1º). O Supremo aderiu à Resolução nº. 45/07 do Conselho Nacional de Justiça e passará a usar o domínio .jus.br no lugar de .gov.br.
O novo endereço será www.stf.jus.br. Os endereços eletrônicos também serão alterados para login@stf.jus.br. A mudança padroniza os domínios do Judiciário na internet e traz mais segurança aos portais. Os sites da TV Justiça e da Rádio Justiça também mudam: www.tvjustica.JUS.br e www.radiojustica.JUS.br
Para que ninguém seja prejudicado com a mudança, haverá um período de transição. Durante alguns meses, quem digitar o endereço antigo ainda será redirecionado automaticamente.
Fonte: noticiário institucional

Trabalho da Defensoria Pública é tema de programa na TV Justiça

07:43 |

O programa Repórter Justiça, que estréia nesta sexta-feira (31), às 21h30min, na TV Justiça, irá abordar o atendimento gratuito prestado pela Defensoria Pública e a importância da instituição para os brasileiros que não têm condições de pagar um advogado. O programa será reprisado no sábado, às 19h, no domingo, às 19h30min, e na quarta-feira, às 20h30min.
O Repórter Justiça vai mostrar que apesar dessas dificuldades, os serviços prestados pelas Defensorias Públicas do país têm alcançado muitas vitórias, como o fenômeno chamado de "judicialização da saúde". É cada dia maior o número de pessoas que tem recorrido à Justiça para garantir o acesso à saúde por meio do trabalho da instituição.
Mais do que discutir, o Repórter Justiça explicará quem tem direito e quais são os documentos necessários para o atendimento. Também serão apresentados casos importantes de pessoas que conseguiram, por meio da Defensoria Pública, o direito fundamental à vida.
De acordo com dados do Supremo Tribunal Federal, em 2005 eram 3,6 mil Defensores Públicos no país. Hoje são mais de 5 mil. O número, destaca o site do STF, ainda é insuficiente, uma vez que os defensores prestam serviço a 85% da população – uma média de 30.600 pessoas para cada um.
Fonte: noticiário institucional

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Norte-americano acompanha trabalho da Defensoria

18:57 |

A Defensoria Pública do Rio Grande do Sul é objeto de estudos sobre a judicialização da saúde, tema que está sendo pesquisado por um grupo de estudantes de Antropologia da universidade de Pinceton. O norte-americano Alex Gertner acompanha, desde terça-feira (28), o trabalho da Defensora Pública Paula Pinto de Souza, que atua na área cível e integra o Núcleo de Tutelas de Saúde.
De acordo com a Defensora, Gertner realiza gravações dos atendimentos à população carente que procura ajuda da Defensoria. “O estudante também pergunta sobre os medicamentos mais procurados, documentação necessária para ingressar com ação judicial, tipos de doenças e sobre o trabalho da instituição”, detalha.
O estudante faz parte de uma equipe de três pesquisadores que estudam a obtenção de internações, consultas, medicamentos e outros procedimentos em saúde através de ordens judiciais no Rio Grande do Sul.
Fonte: noticiário institucional

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Começa Congresso Nacional de Defensores em Cuiabá

19:35 |

Começou agora a tarde a programação do VII Congresso Nacional dos Defensores Públicos que será realizado até sexta-feira em Cuiabá (MT), no Hotel De Ville. A primeira agenda, e única do dia, é a reunião da Comissão Nacional de Execução Penal do Colégio Nacional de Defensores Públicos (Condege). Ela acontece na sala Tangará do Hotel De Ville e é presidida pelo corregedor geral da Defensoria Pública de São Paulo, Carlos Weiss. A reunião trata da atuação das Defensorias estaduais na área de execução penal. Estão presentes representantes de todas as Defensorias do país. O VII Congresso Nacional dos Defensores Públicos será aberto oficialmente nesta terça-feira à noite, no Centro de Eventos da Famato. Esta é a primeira vez que o congresso é realizado em uma cidade do Centro-Oeste e também a primeira vez que recebe a reunião da Associação Interamericana de Defensores Públicos (Aidef), que reúne defensores da América do Sul, América Central e Caribe. Será nesta quarta, 29 de outubro, a partir das 9 horas. O presidente da Associação Nacional dos Defensores Públicos (Anadep), Fernando Calmon, destaca que a escolha de Cuiabá para realização do Congresso se deu para prestigiar o Estado onde a Defensoria é uma das que mais se desenvolvem no país, tendo conseguido inclusive reconhecimento nacional por isso.
A defensora pública-geral de Mato Grosso, Karol Rotini, lembra que a Defensoria evoluiu nos últimos dois anos de 25 para 59 comarcas e que, em maio do ano que vem, com a conclusão do concurso público que começa agora, a instituição vai se fazer presente em todas as 79 comarcas do Estado. O VII Congresso Nacional dos Defensores Públicos Cuiabá recebe 500 participantes, entre eles, representantes da Guatemala, Honduras, El Salvador, Panamá, República Dominicana, Uruguai, Argentina, Paraguai e Venezuela. A vasta programação prevista inclui, além de concurso de teses, reuniões também do Colégio Nacional de Defensores Públicos Gerais (Condege), da Associação Nacional de Defensores Públicos (Anadep) e do Colégio Nacional de Corregedores Gerais, entre outras.
Fonte: Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso
Veículo: ANADEP

Defensor é palestrante em Ciclo de Palestras Jurídicas

19:30 |

O Defensor Público Elizandro Todeschini participará do V Ciclo de Palestras Jurídicas em Comemoração aos 20 Anos da Constituição Cidadã, na Faculdade de Direito da Universidade de Passo Fundo.
Às 19h30min desta terça-feira (28) ele proferirá palestra sobre "O Pós-Positivismo e seus Reflexos no Direito Penal e Processual Penal Contemporâneos". O evento acontece no câmpus Casca.
Fonte: noticiário institucional

Projeto da Defensoria Pública possibilita regularização de terrenos

19:29 |

A regularização fundiária dá tranqüilidade e deixa em dia com a lei dezenas de moradores de Ernestina que, mesmo sem a documentação necessária, moravam e construíam suas habitações na área urbana do município. O trabalho de regularização é desenvolvido pela Defensoria Pública, sediada em Passo Fundo. De acordo com a defensora pública Elis Regina Taffarel, muitas famílias se estabeleceram em determinados terrenos e tinham posse, mas não a propriedade do local. Seja por usucapião ou por ter comprado áreas de terceiros, o fato de estar ocupando um terreno não certificava a propriedade, já que não havia a escritura. A Defensoria foi acionada pelo poder público municipal e, em uma iniciativa inédita, se deslocou a Ernestina para ajudar a resolver o problema.
Segundo a defensora, o órgão esteve no município por duas vezes, em junho. Nas reuniões foram atendidas cerca de 30 famílias estabelecidas em situação irregular, além do recolhimento de documentos e históricos dos casos. A próxima etapa deve chegar em breve e, conforme Elis, é a anexação de outros documentos que estão sob a responsabilidade da Defensoria Pública. Conforme a defensora, a regulação fundiária é fundamental, tanto para os beneficiados quanto para o próprio município. “Muitas pessoas precisam disso para conseguir financiamentos, créditos federais. As pessoas precisam comprovar propriedade de imóvel”, afirma. E, em breve, uma outra fase do projeto deve ser posta em prática. Segundo Elis, as cerca de 30 famílias beneficiadas são da zona urbana, mas existem muitas outras pessoas interessadas em regularizar a situação de seus terrenos.
Iniciativa nova
Elis Regina destaca que a iniciativa faz parte de um programa pioneiro, chamado Defensoria Pública Itinerante. Nele, os representantes da Defensoria se deslocam para outros municípios da comarca. Como existia necessidade da regularização, Ernestina foi a primeira cidade a receber o projeto. A intenção, segundo a defensora, é ampliar o serviço levando-o para outras cidades. “Pensamos em Ernestina, mas tão logo terminarmos esta etapa, provavelmente desenvolveremos o projeto em outro local”, diz.
Fonte: Jornal O Nacional, de Passo Fundo, 26 de setembro de 2008. (noticiário institucional)

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Mutirão realiza 200 atendimentos

22:12 |

A Defensoria Pública do Rio Grande do Sul realizou 200 atendimentos em mutirão realizado no dia 24 de outubro, no Centro Vida Humanístico, Zona Norte de Porto Alegre. De acordo com o Coordenador Regional I da Defensoria Pública, Nilton Arnecke, a maior parte dos atendimentos se deu para ações de Família.
Ao todo, 15 Defensores Públicos trabalharam para atender a população nas áreas Cível e de Família em ações como separação, alimentos, divórcio e agendamento/realização de exames de DNA, além de despejo, usucapião e discussão de contratos diversos.
Fonte: DPERGS

Usuário de droga contesta decisão que anulou sua condenação

22:08 |

A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgou este mês um caso inusitado. Um pedido de habeas-corpus em que o impetrante, um usuário de drogas, pedia que fosse declarado nulo um acórdão que anulou todo o processo contra ele desde o recebimento da denúncia, inclusive a condenação. Ao receber a denúncia, o juiz de primeiro grau julgou parcialmente procedente a ação penal, mas desclassificou o crime de tráfico que havia sido imputado e condenou o denunciado como usuário de entorpecentes à pena de prestação de serviços à comunidade pelo prazo de cinco meses. O condenado não concordou com a punição e apelou. Ele queria a adaptação da medida à realidade de sua vida. Mas a apelação não alterou a pena. Os desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo conheceram o recurso para declarar, de ofício, a nulidade do processo desde o recebimento da denúncia, por descumprimento dos ritos processuais estabelecidos pela Lei n. 10.409/02, antiga lei sobre entorpecentes. A insatisfação do autor da apelação persistiu. Ele impetrou habeas-corpus no STJ, com pedido de liminar, requerendo que o acórdão do tribunal paulista fosse anulado e que uma nova decisão fosse proferida. Ele argumentou que em nenhum momento teve sua defesa cerceada de forma a prejudicá-lo e que a decisão contestada configurava reformatio in pejus, ou seja, reforma para pior. O relator, ministro Napoleão Nunes Maia Filho, entendeu que a anulação do processo desde o recebimento da denúncia em nada prejudica o autor do habeas-corpus. Ele ressaltou que o futuro julgamento, proferido em obediência ao novo rito processual, não poderá aplicar pena mais severa que a imposta na sentença anulada. Do contrário, aí sim ocorreria reformatio in pejus. O ministro Napoleão Nunes Maia Filho destacou que a jurisprudência do STJ está consolidada no sentido de que habeas-corpus só é cabível quando há real e concreta possibilidade de privação da liberdade, o que não é o caso. Seguindo as considerações do relator, a Quinta Turma, por unanimidade, não conheceu do habeas-corpus.

domingo, 26 de outubro de 2008

TJ gaúcho cassa habilitação de motorista deprimida

17:29 |

A depressão é uma das doenças que impede o cidadão de ter Carteira Nacional de Habilitação. A 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça gaúcho confirmou a legalidade do procedimento do Detran-RS. O departamento de trânsito cassou a carteira de uma motorista com quadro depressivo, com base em laudo do INSS que comprovava a patologia e concedia auxílio-doença.
O ato administrativo do Detran foi executado em 8 de março de 2008. A condutora tentou anular a cassação de sua carteira de habilitação na Justiça, mas a sentença de primeiro grau julgou improcedente a ação. Ela, então, apelou ao TJ.
Conforme a relatora, desembargadora Matilde Chabar Maia, a conduta do Detran atende ao interesse público, como dispõe o parágrafo 1º do artigo 269 do Código de Trânsito. “Notadamente em face da prioridade da segurança no trânsito sobre o interesse particular.”
Salientou que o recolhimento da CNH, no caso, possui caráter preventivo. “Não implicando de imediato a imposição de penalidade de trânsito, inexistindo afronta ao direito de defesa previsto no inciso LV do artigo 5º da Constituição Federal.” Esclareceu que a motorista pode comprovar sua capacitação para a condução de veículo, mediante avaliação por médico credenciado como dispõe o artigo 3º da Portaria 187/2006 do Detran. “Caso em que pode ser restituída a Carteira Nacional de Habilitação.”
O Detran solicitou avaliação psicológica em médico credenciado, mas a apelante deixou de realizá-la. “Assim, não há a alegada afronta à ampla defesa como alude a apelante”, frisou a desembargadora. Disse não ter ocorrido aplicação imediata de qualquer penalidade, sendo inclusive possível a interposição de recurso administrativo, a fim de demonstrar a inadequação do recolhimento da habilitação.
O INSS realizou outro exame em 3 de maio de 2006, constatando mais uma vez a inaptidão da apelante devido ao humor deprimido. O Detran novamente solicitou à condutora avaliação psicológica e ela não a realizou.
A desembargadora acrescentou estar “ausente prova elidindo a alegação de incapacidade temporária cuja contraprova sequer foi postulada no âmbito judicial”. Portanto, prevalece a condição de inaptidão para fins de condução de automóvel, disse.
Votaram de acordo com a relatora os desembargadores Nelson Antonio Monteiro Pacheco e Paulo de Tarso Vieira Sanseverino. A sentença de primeiro grau foi proferida pela juíza Lilian Cristiane Siman, da 5ª Vara da Fazenda Pública do Foro Central de Porto Alegre.
Fonte: Revista Consultor Jurídico, 24 de outubro de 2008 (www.conjur.com.br)

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Defensoria pública não pode ser subordinada ao governo

21:11 |

É inconstitucional parte da Lei maranhense 8.559/06 que subordina a Defensoria Pública estadual ao Executivo. A decisão foi tomada pelo Tribunal de Justiça do Maranhão nesta quarta-feira (22/10), em Ação Direita de Inconstitucionalidade ajuizada pela OAB-MA.
Foram declarados inconstitucionais os artigos 7º, 16 e 17 da lei. O artigo 7º da lei de 2006 incluiu a Defensoria entre os órgãos da administração direta do estado. Já o artigo 16 definiu o defensor-geral como um dos auxiliares do Executivo. O artigo 17, em seu parágrafo 1º, cita a Defensoria como integrante do governo.
Segundo a OAB, as normas violam os artigos 134 e 135 da Constituição Estadual. O parágrafo 2º do artigo 135 define que “às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias”.
Em julgamentos anteriores, o TJ reconheceu a autonomia da Defensoria. Em 11 de junho, o pleno negou Agravo Regimental do governo. Na ocasião, o Executivo questionava a capacidade da Defensoria para defender seus próprios interesses e sua autonomia para conceder gratificação a seus servidores por meio de portaria.
Fonte: Revista Consultor Jurídico, 22 de outubro de 2008 (www.conjur.com.br)

Associação Interamericana de Defensorias Públicas

21:10 |

Associação Interamericana de Defensorias Públicas já conta com sítio na internet
A Associação Interamerica de Defensorias Públicas (AIDEF) já conta com um sítio na Rede Mundial de Computadores. Acesse www.aidef.org e confira as principais informações sobre a atuação da AIDEF.
Mais Informações:
Coordenação Geral: aidef@aidef.org
Secretaria Técnica: secretaria@aidef.org
Fonte: ANADEP Estado: DF
Veículo: Adpergs

ABERTO NOVO EDITAL DE VACÂNCIA

21:09 |

EDITAL DE VACÂNCIA N.º 07/2008

A DEFENSORA PÚBLICA-GERAL DO ESTADO, no uso de suas atribuições legais, nos termos dos artigos 28 e seguintes da Lei Complementar n.º 11.795, de 22/05/2002, RESOLVE, para fins de classificação ou remoção dos Defensores Públicos, declarar vacância nas seguintes comarcas:

ALVORADA – 01 (uma) vaga no Atendimento e Ajuizamento;
CAMPO BOM – 01 (uma) vaga na 1ª Vara Judicial, que inclui atribuição para instrução e Plenário do Tribunal do Júri;
DOM PEDRITO – 01 (uma) vaga na 1ª Vara Judicial, que inclui atribuição para instrução e Plenário do Tribunal do Júri;
FARROUPILHA – 01(uma) vaga na 1ª Vara Judicial, que inclui atribuição para instrução e Plenário do Tribunal do Júri;
GARIBALDI - 01(uma) vaga na Vara Judicial, que inclui atribuição para instrução e Plenário do Tribunal do Júri;
IBIRUBÁ – 01 (uma) vaga na Vara Judicial, que inclui atribuição para instrução e Plenário do Tribunal do Júri;
IJUÍ – 01 (uma) vaga na 1ª Vara Criminal, que inclui atribuição para instrução e Plenário do Tribunal do Júri;
MONTENEGRO - 01 (uma) vaga na 1ª Vara Judicial, que inclui atribuição para instrução e Plenário do Tribunal do Júri;
NOVO HAMBURGO – 05 (cinco) vagas na Vara de Execuções Criminais;
PORTO ALEGRE – 04 (quatro) vagas no atendimento à Delegacia da Criança e do Adolescente e às Unidades de Internação e Semi-liberdade;
RIO PARDO - 01 (uma) na 1ª Vara Judicial, que inclui atribuição para instrução e Plenário do Tribunal do Júri;
SANTA CRUZ DO SUL – 01 (uma) vaga na 2ª e 3ª Varas Cíveis e Vara da Direção do Foro;
SÃO LEOPOLDO – 01 (uma) vaga na 4ª e na 5ª Varas Cíveis;
SÃO LUIZ GONZAGA - 01 (uma) vaga na 2ª Vara Cível, no Juizado da Infância e Juventude e no Atendimento e Ajuizamento;
TRAMANDAÍ – 01 (uma) vaga na 1ª Vara Criminal, que inclui atribuição na instrução e plenário do Tribunal do Júri, e Juizado da Infância e Juventude.

Fica aberto o prazo de 15 (quinze) dias, a partir da publicação deste edital, para a habilitação dos Defensores Públicos ao preenchimento das vagas, mediante requerimento.

Na hipótese de interesse por mais de uma das vagas supra citadas, deverá o requerente esclarecer, no pedido, a ordem de preferência.

O lapso inicial do prazo de trânsito contar-se-á a partir da publicação de edital especificamente para tal fim.

Considerando a decisão proferida pelo E. Conselho Superior da Defensoria Pública na Reunião Extraordinária n.º 10/08, de 23/09/2008, os Defensores Públicos classificados há menos de 1 (um) ano estão liberados do prazo de interstício consoante previsão do parágrafo 3º do artigo 29 da Lei n.º 11.795/2002.

Finalmente, para fins de remoção deverá ser observado o artigo 5º da Resolução CSDPE n.º 05/2006, o qual veda o pagamento de ajuda de custo para “remoções sucessivas”, assim consideradas mais de uma por ano.

Defensoria Pública do Estado, 23 de outubro de 2008.

Registre-se. Publique-se.



MARIA DE FÁTIMA ZÁCHIA PALUDO
Defensora Pública-Geral do Estado

Retificação

21:07 |

Os Defensor Público André Castanho Girotto passará a atuar na Vara de Execuções Criminais e no Atendimento a Estabelecimentos Prisionais da comarca de Ijuí. Jucelito André Villetti passará a atuar na comarca de Santo Cristo.
A determinação decorre de reunião extraordinária do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado realizada na manhã de quarta-feira (22). Foram julgados os pedidos de remoção do Edital de Vacância n° 06/2008, publicado no Diário Oficial do Estado no dia 6 de outubro de 2008.
Fonte:noticiário institucional

Justiça gaúcha instala Conselho Gestor dos Juizados Especiais

20:59 |

Na tarde de ontem (22/10) foi instalado o Conselho Gestor dos Juizados Especiais. Tem como atribuições propor diretrizes e ações, difundir e fomentar as boas práticas, propor alterações legislativas e estruturais, organizar cursos e encontros de atualização e treinamento para magistrados, Juízes Leigos, Conciliadores e servidores ligados à área dos JECs e indicar Juízes atuantes para participarem de encontros nacionais e eventos ligados à matéria. Segundo o Corregedor-Geral da Justiça, Desembargador Luiz Felipe Brasil Santos, o objetivo é estabelecer um canal de comunicação do sistema dos Juizados Especiais com a Administração do TJ, democratizando a gestão dos Juizados, que têm peculiaridades muito próprias. O magistrado observou que havia necessidade da participação direta dos julgadores envolvidos e espera que a iniciativa venha a contribuir em uma melhora significativa no sistema. Além do Corregedor, participam os Juízes Clóvis Moacyr Mattana Ramos, da Corregedoria; Cristina Pereira Gonzáles, da 3ª Relatoria da Turma Recursal Criminal; Diógenes Vicente Hassan Ribeiro, do JECrim do F.R. da Tristeza e 6º JEC; José Vinicius Andrade Jappur, do 5º JEC; Ricardo Pippi Schmidt, do 10º JEC; Ricardo Torres Hermann, da 1ª Turma Recursal Cível. Coordenador de Correição da Coordenadoria dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, Celito Antônio Sebben, e o Escrivão da Corregedoria Volnei Rogério Hugen também integram o Conselho.
Fonte: www.revistajuridica.com.br

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Conselho Superior julga pedidos de remoção

19:12 |

O Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado, em reunião extraordinária realizada na manhã desta quarta-feira (22), julgou os pedidos de remoção do Edital de Vacância n° 06/2008, publicado no Diário Oficial do Estado no dia 6 de outubro de 2008.
Os pedidos foram deferidos em favor dos Defensores Públicos André Castanho Girotto, que passará a atuar na comarca de Ijuí, e Jucelito André Villetti, que será removido para a comarca de Santo Cristo.
Fonte: noticiário institucional

Concedida Antecipação de Tutela em Ação Coletiva ajuizada em Bento Gonçalves

19:10 |

Restou deferida, em sede de embargos declaratórios, a Antecipação de Tutela na Ação Coletiva de Consumo ajuizada contra plano de saúde com abrangência nas cidades de Bento Gonçalves, Monte Belo do Sul e Santa Tereza.
O processo recebeu o nº 005/1080006285-9, e é resultado da qualificada atuação da Defensoria Pública de Bento Gonçalves. Veja a integra do decisório:
" Romani Terezinha Bortolas DalcinDespacho:COMARCA DE BENTO GONÇALVES-2ª VARA CÍVEL.
Vistos.
Recebo os embargos porque tempestivos.Há omissão que passo a saná-la.Defiro a antecipação da tutela para que o réu Sociedade Dr. Bartolomeu Tacchini- Plano de Saúde Tacchimed se abstenha de efetuar o reajuste nos planos de saúde de seus contratados com idade superior a 60 anos de idade enquanto estiver em discussão a presente demanda. Também, que suspenda os aumentos já realizados em razão da condição de idoso, ou seja, quando implementada a idade de 60 anos.
Tal decisão encontra sustentação legal na Carta Magna, art. 230 e, em especial no parágrafo único do art. 15 da Lei 9.565/98 (Lei dos Planos de Saúde), em sua redação originária:
¿Art. 15. É facultada a variação das contraprestações pecuniárias estabelecidas nos contratos de planos e seguros de saúde de que trata esta Lei em razão de idade do consumidor, desde que sejam previstas no contrato inicial as faixas etárias e os percentuais de reajuste incidentes em cada uma delas, conforme critérios e parâmetros gerais fixados pelo CNSP.
Parágrafo único. É vedada a variação a que alude o caput para consumidores com mais de sessenta anos de idade, se já participarem do mesmo plano ou seguro, ou sucessor, há mais de dez anos¿.
Também, visando impedir o agravamento das condições contratuais em razão de mudança de faixa etária restou consolidada com a edição do Estatuto do Idoso, cujo art. 15, §3º, dispõe que:
§3º. É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade¿.
Nesta linha de entendimento são as recentíssimas decisões do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul que colaciono:
AÇÃO DECLARATÓRIA. REAJUSTE DE PLANO DE SAÚDE. APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E O ESTATUTO DO IDOSO AOS CONTRATOS DE SEGURO RELATIVOS A PLANOS DE SAÚDE. AUMENTO ABUSIVO. ADEQUAÇÃO AO PATAMAR ESTABELECIDO PELA ANS. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. DESCABIMENTO. O aumento da mensalidade de plano de saúde, como forma de manter o equilíbrio contratual, deve observar o reajuste fixado pela ANS. Impossibilidade de reajuste além do limite fixado pela agência reguladora ainda que o contrato seja anterior à vigência da Lei nº 9.656/98. O consumidor que atingiu a idade de 60 anos, quer seja antes da vigência do Estatuto do Idoso, quer seja a partir de sua vigência (1º de janeiro de 2004) está sempre amparado contra a abusividade de reajustes das mensalidades com base exclusivamente no alçar da idade de 60 anos. Caso concreto em que o reajuste de 19,23% se mostra excessivo, porque superior àquele fixado pela ANS, sendo, também, superior aos índices inflacionários e aos reajustes salariais ocorridos no período. Devolução em dobro de valores. Descabimento. Aplicação da Súmula n. 159 do STF. APELO PARCIALMENTE PROVIDO. (Apelação Cível Nº 70018110106, Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Aquino Flores de Camargo, Julgado em 09/10/2008)
PLANO DE SAÚDE. IDOSO. AUMENTO DA CONTRIBUIÇÃO EM RAZÃO DE INGRESSO EM FAIXA ETÁRIA DIFERENCIADA. PREVISÃO CONTRATUAL. AUMENTO DE APROXIMADAMENTE 100%. ABUSIVIDADE CONFIGURADA. APLICAÇÃO SIMULTÂNEA DA LEI 9.565/98 E DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. DOUTRINA DO ¿DIÁLOGO DAS FONTES¿. REDUÇÃO DO PERCENTUAL DE ACRÉSCIMO PARA 30%. PRECEDENTE JURISPRUDENCIAL. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO, POR UNANIMIDADE. Dentre os novos sujeitos de direito que o mundo pós-moderno identifica, a Constituição Federal de 1988 concede uma proteção especial a dois deles, que interessa ao tema dos planos de saúde: o consumidor e o idoso. Disto resultam alguns efeitos no âmbito do direito privado, destacam-se uma comprometida interpretação da lei e das cláusulas contratuais e um maior rigor no controle de cláusulas abusivas. O idoso é um consumidor duplamente vulnerável, necessitando de uma tutela diferenciada e reforçada. Não se afigura desarrazoada a cláusula contratual de plano de saúde que, de forma clara e destacada, anterior ao Estatuto do Idoso, preveja o aumento da contribuição do aderente ao plano em razão de ingresso em faixa etária em que os riscos de saúde são abstratamente maiores, em razão da lógica atuarial que preside o sistema. Todavia, revela-se abusiva e, portanto, nula, em face do Código de Defesa do Consumidor, a cláusula de reajuste em percentual tão elevado que configure uma verdadeira barreira à permanência do segurado naquele plano. Em tal situação, considerando os enormes prejuízos que teria o segurado se migrasse para outro plano ao atingir idade de risco, justifica-se a redução do percentual de reajuste. Aplicação do princípio da razoabilidade e da proporcionalidade a justificar a redução do aumento previsto para 30%. (Recurso Cível Nº 71001668144, Terceira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Eugênio Facchini Neto, Julgado em 12/08/2008)
APELAÇÃO E AGRAVO RETIDO. PLANO DE SAÚDE. AUMENTO DA FAIXA ETÁRIA. CONTRATO FIRMADO DEPOIS DA EDIÇÃO DA LEI 9656/98. ABUSIVIDADE DA CLÁUSULA. APLICAÇÃO DO ESTATUTO DO IDOSO. Tutela antecipada mantida, em face do provável rompimento do contrato firmado em caso de sua revogação, o que invialibilizaria o recebimento da prestação do serviço pelo segurado. Aumento da mensalidade em decorrência da troca de faixa etária não se mostra indevido se previsto no contrato celebrado após a edição da Lei 9656/98. Configuram-se abusivas as cláusulas de plano de saúde que estabeleçam majoração acentuada das contraprestações pecuniárias em função da idade, sendo nulas de pleno direito. Aplicação imediata do Estatuto do Idoso, com o fim de reduzir o percentual da majoração. Este deve observar os índices determinados pela ANS, em consonância com a Lei 9656/98 e com a Lei 10.741/2003. Decisão que viabiliza a permanência do segurado no plano de saúde contratado. Recursos desprovidos. (Apelação Cív el Nº 70025153537, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Romeu Marques Ribeiro Filho, Julgado em 06/08/2008)
Por estas razões julgo procedentes os embargos declaratórios para constar:defiro a antecipação da tutela nos termos do art. 273, do Código de Processo Civil para que o réu Sociedade Dr. Bartolomeu Tacchini- Plano de Saúde Tacchimed se abstenha de efetuar o reajuste nos planos de saúde de seus contratados com idade superior a 60 anos de idade enquanto estiver em discussão a presente demanda. Também, que suspenda os aumentos já realizados em razão da condição de idoso, ou seja, quando implementada a idade de 60 anos, sob pena de multa diária no valor de R$ 1.000,00 hum mil reais por dia de descumprimento, nos termos do art. 461, § 4º, do Código de Processo Civil.
Intimem-se, inclusive o Ministério Público. DL.
Fonte: noticiário institucional

terça-feira, 21 de outubro de 2008

STJ mantém indenização contra homem que difamou ex-namorada por e-mail

20:22 |

Um homem que divulgou mensagens eletrônicas difamando uma ex-namorada, referindo-se a ela como "garota de programa", não terá o recurso especial julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Com isso, fica mantido o acórdão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), que o condenou a pagar uma indenização por danos morais no valor R$ 30 mil, mais juros. A decisão é do juiz convocado Carlos Fernando Mathias. A mulher alegou que recebeu diversas ligações telefônicas com o objetivo de contratá-la para a prática de programas sexuais. Ela declarou que o fato ocorreu em virtude da publicação de e-mails divulgando seu nome, profissão, telefone e faculdade, junto com a fotografia de uma mulher em posições eróticas. Diante da situação, passou a ser incomodada pelos telefonemas e boatos que a taxavam de "garota de programa". Ela, inclusive, teve de se retirar do clube ao qual era associada. Em uma ação cautelar de exibição de documentos movida contra o provedor da mensagem, a mulher obteve a informação de que o correio eletrônico pelo qual foram enviados os e-mails pertencia ao ex-namorado dela e que a assinatura do provimento da internet pertencia ao irmão deste. A partir daí, requereu a condenação de ambos ao pagamento de indenização pelos danos morais sofridos. Em primeira instância, a sentença condenou os irmãos ao pagamento de indenização no valor de R$ 17 mil. Na apelação proposta perante o TJRS, a ação referente ao ex-cunhado foi extinta por ilegitimidade passiva, sob o entendimento de que ele foi apenas o contratante do serviço utilizado e não o remetente. E manteve o julgamento com relação ao autor do e-mail e elevou o valor dos danos morais para R$ 30 mil. A defesa pretendia levar a discussão ao STJ por meio de um recurso especial, pretensão indeferida pelo tribunal gaúcho. Mas o agravo de instrumento foi rejeitado pelo relator, juiz convocado Carlos Mathias. Para ele, não foram atendidas exigências processuais para este fim. Além disso, para apreciar a questão seria necessário analisar o conjunto de provas e fatos, o que é proibido ao STJ fazer em razão da sua Súmula 7.

Súmula das algemas não desestabiliza trabalho da Polícia, por Nelson Missias de Morais

20:20 |

A recente decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o uso de algemas tem gerado notícias até um pouco espetaculosas e controvertidas. Na verdade é mesmo um assunto polêmico, tanto o é que 24 anos após a entrada em vigor da Lei 7.210/84, que prevê, em seu artigo 199, a regulamentação do uso de algemas por decreto presidencial, o Poder Executivo ainda não o fez. Divergências nas decisões dos nossos tribunais sobre a matéria sempre existiram, assim como entre os doutrinadores.
Ainda que timidamente, até então, a única atitude estatal de que se tem notícia sobre a matéria, partiu do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, ao baixar a Resolução 14, em 11 de novembro de 1994, que assim dispôs: "Art. 29. Os meios de coerção, tais como algemas camisas-de-força só poderão ser utilizados nos seguintes casos: I – como medida de precaução contra fuga, durante o deslocamento do preso, devendo ser retirados quando do comparecimento em audiência perante a autoridade judiciária ou administrativa; II – por motivos de saúde, segundo recomendação médica; III – em circunstâncias excepcionais, quando for indispensável utilizá-los em razão de perigo iminente para a vida do preso, do servidor ou de terceiros."
Ocorre, entretanto, que essa resolução traça apenas diretrizes de política criminal e penitenciária, sem caráter imperativo. Não vincula o julgador.
Já a Súmula Vinculante, incorporada ao nosso ordenamento jurídico com a edição da Emenda Constitucional 45/04, além de diminuir o número de recursos que chegam ao STF e às instâncias superiores; de visar a celeridade processual — com a solução definitiva dos casos repetitivos que tramitam na Justiça — imprime, também, um caráter normativo e encerra a discussão sobre a matéria.
Desta forma, com a edição da sua 11ª Súmula vinculante, em 22 de agosto de 2008, o STF consolidou o entendimento de que o uso de algemas somente é lícito se utilizado como medida excepcional, em casos onde se apresente necessário. É o que se verifica em seu texto, a saber: “Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado".
A edição desta súmula teve como escopo coibir o uso desordenado e abusivo da medida nos últimos tempos, com a exposição de pessoas algemadas aos flashes da mídia. Ocorre que, em muitos casos, não há sequer a instauração da ação penal e, em outros, ao final do processo, a pessoa exposta é absolvida. Nestes casos, a situação é ainda pior, pois além de violar o direito à dignidade da pessoa humana em público, ao vivo e a cores, outros princípios constitucionais são igualmente violados.
O renomado jurista Pontes de Miranda, em sua obra História e Prática do Habeas Corpus, nos ensina que "o acusado não devia ser tratado como os indivíduos já condenados, recusando-se à prisão o caráter de pena. Por isso mesmo, o paciente havia de comparecer à justiça com as mãos e os pés livres".
Não se discute, aqui, a abolição das algemas — pois nos casos em que a segurança requer, devem mesmo ser utilizadas — mas, sim, a maneira indiscriminada e espetaculosa como têm sido usadas, pois, nestes casos, trata-se de prática que viola princípios constitucionais, dentre eles o da dignidade da pessoa humana e da presunção da não culpabilidade.
Ao Judiciário cabe aplicar a lei, à luz do caso concreto e promover a segurança jurídica, alcançada pelo resguardo à aplicação da vontade política da sociedade, materializada nas normas da Constituição Federal, como o fez ao editar a Súmula Vinculante 11 o STF.
Aliás, essa súmula se amolda ao novo ordenamento jurídico sobre a matéria. O artigo 474 do Código de Processo Penal, alterado pela Lei 11.689, de 9 de junho de 2008, dispõe, em seu parágrafo 3º: "Não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período em que permanecer no plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas ou à garantia da integridade física dos presentes".
Embora este dispositivo tenha sido direcionado ao processo de competência do Tribunal do Júri, trata-se de norma amparada por princípios constitucionais. Assim, o legislador infraconstitucional, mesmo não tendo tratado de forma mais abrangente da matéria acabou por traçar uma diretriz.
Esta súmula, ao contrário do que se vê nos noticiários, se originou de um processo (HC 91.952-9) de um humilde pedreiro, da comarca de Laranjal Paulista, do interior de São Paulo, que permaneceu algemado durante o seu julgamento. Os ministros entenderam que a juíza-presidenta do júri não fundamentou devidamente a decisão de manter o réu algemado. No próprio STF já havia precedentes nesse mesmo sentido.
Ressalta-se que não é medida desestabilizadora do trabalho dos policiais, pois estes podem perfeitamente utilizar-se desse instrumento de trabalho, desde que devidamente justificado. Mas os princípios norteadores do Estado de Direito devem se sobrepor ao Estado Policialesco.
Com a Súmula o Supremo Tribunal Federal, mais uma vez, cumpriu o seu papel de guardião da Constituição da República.
Revista Consultor Jurídico, 18 de outubro de 2008 (www.conjur.com.br)

Programa Carreiras, da TV Justiça, mostra a carreira de Defensor Público da União

20:17 |


No "Carreiras" desta semana, o trabalho de um Defensor Público da União, o profissional que atua para que os cidadãos necessitados tenham acesso à justiça. O programa da TV Justiça foi ao ar nesta segunda-feira (20), às 22h30, com reapresentações na terça-feira, às 12h30, quarta, às 19h, sexta às 22h30 e sábado à meia-noite.
O programa entrevista a defensora Liana Pacheco, que trabalha na Defensoria Pública da União, em Brasília. E o trabalho lá não pára. "É uma demanda muito intensa, quando eu tomei posse em outubro de 2006, eram mil e seiscentos processos e hoje em dia eu estou com dois mil. Muitas vezes, a gente trabalha de domingo a domingo, porque a gente não tem jornada, mas tem prazo. E o que não é prazo é a vida da pessoa, é um remédio, é um amparo assistencial para comprar um alimento," revela Liana Pacheco.
O telespectador conhecerá melhor essa carreira jurídica e os desafios que um defensor enfrenta no dia-a-dia. Como descobrir se essa é a sua vocação, e ainda, como são as provas do concurso, são pontos do programa. Também serão dadas dicas de livros e sites para quem tem interesse na área.
Fonte: Site do Superior Tribunal Federal, 20 de outubro de 2008.
Veículo: noticiário institucional

Súmula Vinculante pode tornar STF um legislador positivo

20:15 |

“O Congresso Nacional deu um cheque em branco ao Supremo Tribunal Federal quando aprovou a Lei de Súmulas Vinculantes”, de acordo com o advogado constitucionalista Alexandre de Moraes. Segundo ele, a Súmula Vinculante é um dos últimos instrumentos necessários para concentrar o controle de constitucionalidade no Supremo. “A corte pode suspender a vigência da lei e torná-la nula, sem qualquer interferência de outro poder”, alertou, ao explicar que o STF pode editar súmula logo depois de decisões em Ação Direta de Inconstitucionalidade, Ação Declaratória de Constitucionalidade e Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental.
Durante o Seminário Internacional de Direito Constitucional, organizado pelo Iasp (Instituto dos Advogados de São Paulo), o advogado disse que é preciso tomar cuidado com exageros, já que todo o Judiciário e também a administração pública terão de seguir o entendimento firmado pela corte. Caso contrário, a Súmula Vinculante será fator de insegurança jurídica e pode fazer com que o Supremo passe do patamar de legislador negativo para legislador positivo.
Alterar um enunciado aprovado, diz Alexandre de Moraes, é complicado porque apenas os próprios ministros do Supremo têm poder para isso. Além do que, são necessários oito votos dos 11 integrantes. O advogado, ex-secretário de Justiça de São paulo e ex-conselheiro do Conselho Nacional de Justiça que hoje ocupa a Secretaria de Transporte do município de São Paulo, sustenta que o STF não pode, em hipótese nenhuma, deixar de observar precedentes na hora de editar os verbetes e se certificar de que ele seja exeqüível.
Ele critica o que entende como “textos muito genéricos” e que alguns foram editados sem que haja precedentes que tratem exatamente do mesmo tema tratado na súmula. “Vamos canalizar energias para que a edição de Súmulas Vinculantes seja razoável. Ou então teremos um legislador sem controle”, declarou.
Controle concentrado
A Constituição de 1988 fez uma clara opção pelo controle concentrado da constitucionalidade ao ampliar o leque a legitimidade para proposição de Ação Direta de Inconstitucionalidade e Ação Declaratória de Constitucionalidade, na análise do constitucionalista. Em 1999, reforçou essa escolha ao dar eficácia contra todos (erga omnes) e estabelecer efeito vinculante nas decisões em ADIs e ADCs em relação aos órgãos do Judiciário e à administração pública.
O controle difuso de constitucionalidade mostrou que não é eficaz, segundo ele, por não ser vinculante e, por enquanto, só valer para as partes envolvidas no processo analisado. O advogado entende que esse sistema é desigual “na distribuição dos direitos constitucionais”. Alexandre de Moraes afirma que, hoje, apenas 20% das pessoas têm acesso ao Judiciário. Destas, 2% chegam ao Supremo. E quando o fator acesso se liga ao fator lentidão o problema cresce.
Está em discussão no Supremo se o controle difuso, por exemplo em Habeas Corpus, tem validade para todos os casos ou só para as partes. O Plenário vai decidir a validade do inciso X do artigo 52 da Constituição Federal, que confere ao Senado o poder exclusivo de suspender a execução de lei declarada inconstitucional pelo Supremo. Até o pedido de vista apresentado pelo ministro Ricardo Lewandowski, em abril de 2007, quatro ministros haviam votado e o placar estava empatado.
Os ministros Gilmar Mendes e Eros Grau entendem que vale para todos, independentemente de manifestação do Senado. O Senado não pode “restringir ou ampliar a extensão do julgado proferido pelo Supremo Tribunal Federal”, disse Gilmar Mendes. “A decisão do Senado é ato secundário ao do Supremo”, complementou Eros Grau.
Sepúlveda Pertence (aposentado) e Joaquim Barbosa concluíram que só as partes podem se beneficiar da declaração difusa de inconstitucionalidade. Para ter eficácia geral, depende de resolução do Senado. Segundo Pertence, não pode ser reduzida a uma “posição subalterna de órgão de publicidade de decisões do STF” uma prerrogativa à qual o Congresso Nacional se reservou. Durante a sessão, argumentou que o ideal seria o Supremo usar Súmula Vinculante para fazer a sua decisão ter eficácia geral.
ADI em Portugal
O advogado Carlos Bianco de Morais, assessor para assuntos constitucionais da presidência de Portugal, também participou do seminário onde disse que as Súmulas Vinculantes poderiam fazer o sistema de controle de constitucionalidade português funcionar melhor.
Lá, as decisões da Suprema Corte só valem para o caso concreto. Quando há mais de três decisões iguais, o Ministério Público deve entrar com uma ADI para que o tribunal pacifique a questão. No entanto, segundo o advogado, o MP não tem cumprido o seu papel e a administração pública continua aplicando a lei ou o dispositivo considerado inconstitucional.
Se o MP estivesse requerendo a unificação do entendimento, a decisão valeria para todos os órgãos do Judiciário e para a administração pública. No entanto, como o efeito não é vinculante, as decisões continuam a ser descumpridas.
“O sistema português é conservador. O tribunal emite a decisão final para unificar a jurisprudência, mas que soam apenas como recomendação, porque não são vinculantes.”
Para ele, a Súmula Vinculante é um poderoso instrumento de unificação de entendimento, o que permite, minimamente, que o cidadão saiba o desfecho de seu processo. “Garantir a segurança jurídica é pensar nas pessoas”, disse.
Fonte: Revista Consultor Jurídico, 18 de outubro de 2008.
Veículo: noticiário institucional

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Novos Defensores participam de coquetel com a Defensora Geral

20:53 |

A Defensora Pública-Geral do Rio Grande do Sul, Maria de Fátima Záchia Paludo, realizou um coquetel de boas-vindas aos 15 novos Defensores Públicos empossados na sexta-feira (17). O evento aconteceu na tarde desta segunda (20), no gabinete de Maria de Fátima.
Participaram também a Subdefensora Geral, Léa Brito Kasper, a Corregedora-Geral, Dirce Dione Bravo Martins, assessores de gabinete e coordenadores regionais.
Esta segunda-feira foi o primeiro dia de estágio preliminar dos novos agentes da Defensoria Pública do Estado. Até o dia 18 de novembro, eles participarão do treinamento para se ambientarem à rotina do serviço. Após, serão designados para as comarcas do Interior.
Fonte: noticiário institucional

ANADEP divulga resultado de Concurso de Teses para defesa no VII Congresso Nacional dos Defensores Públicos

20:49 |

Entre elas, está a da Defensora Pública do Rio Grande do sul, Dra. Samara Wilhelm. Parabéns colega!

A Associação Nacional dos Defensores Públicos (ANADEP) divulgou hoje, dia 20 de outubro, oficialmente, o nome dos 12 defensores públicos selecionados pela Comissão Julgadora para defender suas teses durante o VII Congresso Nacional dos Defensores Públicos, em Cuiabá. A comissão responsável pela seleção das teses é composta por cinco membros: Maria Tereza Sadek (Presidente, Professora Doutora - USP); Cleber Alves (Defensor Público/RJ e membro ganhador do premio CAPES de melhor tese de doutorado de 2006 ); Ana Paula Araújo de Holanda (Advogada, Doutoranda Universidade de Coimbra); Josênio Camelo Parente (Cientista Político, Professor Doutor UFC/UECE ) e Elida Séguin (Defensora Pública/RJ). As defesas acontecem no dia 31 de outubro, às 9h, no salão Amazônia I do Hotel Deville.
Confira a relação das teses selecionadas (em ordem alfabética): - Aluísio Iunes Monti Ruggeri Ré - São Paulo - O ACESSO À JUSTIÇA DO DEVEDOR DE BOA FÉ - Ana Rita Vieira Albuquerque - Rio de Janeiro - A DEFENSORIA PÚBLICA E O ACESSO À JUSTIÇA, AÇÃO CIVIL PÚBLICA E REPRESENTATIVIDADE ADEQUADA PARA OS INERESSES DIFUSOS - Antônio Mafezoli - São Paulo - A ATUAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA NA PROMOÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS E O SISTEMA INTERAMERICANO DE DIREITOS HUMANOS - Barbara Silveira Machado Bissochi - Minas Gerais - AÇÕES COLETIVAS E DEFENSORIA PÚBLICA - Carolina Brambila Bega - São Paulo - CÂMARA DE INDENIZAÇÃO: VÔO 3054 (CI 3054) - UM MODELO ALTERNATIVO - Carolina de Melo Teuble Gagliato - São Paulo - DEFENSORIA PÚBLICA E SOCIEDADE CIVIL, AS SUBOUVIDORIAS E O ACESSO À JUSTIÇA - Diego Vale de Medeiros - São Paulo - A INSTRUMENTALIZAÇÃO DO PRINCÍPIO DA PRIORIDADE ABSOLUTA DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES NAS AÇÕES INSTITUCIONAIS DA DEFENSORIA PÚBLICA - José Almeida Júnior - Distrito Federal - PRINCÍPIO DO DEFENSOR NATURAL: DEFINIÇÃO, LIMITES E PREVISÃO LEGAL - Luciana Jordão da Mota - São Paulo - DOENÇA MENTAL E O ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI - Manuel Sabino Pontes - Rio Grande do Norte - INCONSTITUICIONALIDADE DA UTILIZAÇÃO PELO ESTADO DE MEIOS ALTERNATIVOS À DEFENSORIA PÚBLICA - Samara Wilhelm - Rio GRande do Sul - A LEI MARIA DA PENHA COMO NOVO PARADIGMA DE ACESSO INTEGRAL Á JUSTIÇA - Tiago Fensterseifer - São Paulo - A LEGITIMIDADE DA DEFENSORIA PÚBLICA PARA A TUTELA COLETIVA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS SOCIAIS: MÍNIMO, EXISTENCIAL, AÇÃO CIVIL PÚBLICA E CONTROLE DE POLÍTICAS PÚBLICAS
O concurso de teses tem como objetivo estimular a pesquisa e a produção acadêmica sobre a Defensoria Pública e a sua importância, como integrante do Sistema de Justiça brasileiro. Das 21 teses inscritas, 12 foram selecionadas para apresentação/defesa durante o Congresso. Após as defesas, a Comissão Julgadora vai indicar os três primeiros lugares, que receberão Menção Honrosa.
Fonte: ANADEP

Relações homoafetivas podem ser reconhecidas juridicamente

20:45 |

A parcela homossexual da população brasileira, estimada em cerca de 17,9 milhões de pessoas*, comemorou no último mês de agosto uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que admitiu a possibilidade jurídica de reconhecimento da união estável entre pessoas do mesmo sexo. Para muitos casais é um grande passo, já que a legislação brasileira não vê, na união homossexual, uma família. A servidora pública Marina**, 36 anos, que vive há cinco anos com outra mulher, acha que qualquer medida tomada para reconhecer direitos é válida, seja para homossexuais ou qualquer outra pessoa. Segundo ela, essa decisão, especificamente, demonstra que o preconceito, ainda muito grande, está perdendo espaço. "As pessoas deviam respeitar os outros por sua ética e seu caráter e não ficar se importando com o que eles fazem ou deixam de fazer dentro de suas casas, em sua vida particular. A menos que sejam coisas nocivas aos outros, ninguém tem nada a ver com isso", afirma. Em sua opinião, é muito triste duas pessoas se unirem, constituírem um patrimônio e, de repente, algo acontece e uma delas fica prejudicada. "Isso sem falar na dificuldade para conseguir inclusão em plano de saúde, reconhecimento à herança ou transferência funcional, por exemplo. Acho que decisões como a do STJ são passos importantes para o reconhecimento do que é uma realidade", avalia. Na decisão da Quarta Turma do Tribunal, ficou estabelecido que não existe vedação legal para que prossiga o julgamento do pedido de declaração de união estável ajuizado por um casal homossexual na Justiça estadual do Rio de Janeiro. Segundo o ministro Luís Felipe Salomão, que desempatou a questão, os dispositivos legais limitam-se a estabelecer a possibilidade de união estável entre homem e mulher, desde que preencham as condições impostas pela lei, quais sejam, convivência pública, duradoura e contínua, sem, contudo, proibir a união entre dois homens ou duas mulheres. "O objetivo da lei é conferir aos companheiros os direitos e deveres trazidos pelo artigo 2º (Lei n. 9.278/96), não existindo qualquer vedação expressa de que esses efeitos alcancem uniões entre pessoas do mesmo sexo. Poderia o legislador, caso desejasse, utilizar expressão restritiva, de modo a impedir que a união entre pessoas de idêntico sexo ficasse definitivamente excluída da abrangência legal. Contudo, assim não procedeu", afirma o ministro em seu voto. Direito de Família As relações homoafetivas são uma realidade no Brasil e no mundo. A Dinamarca foi o primeiro país a reconhecer a união de homossexuais, em 1989. A Constituição da áfrica do Sul, de 1996, foi a primeira a proibir, explicitamente, a discriminação em razão da orientação sexual. A Holanda foi o primeiro país a autorizar o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, em 2001. Entretanto, a lei brasileira até o momento não disciplina especificamente a questão da união homoafetiva. A doutrina é unânime em considerar que não pode haver casamento entre pessoas do mesmo sexo, considerando-se a diversidade de sexos como requisito fundamental para a caracterização do casamento, assim como a forma solene e o consentimento. Assim, não se concebe a união homossexual com natureza jurídica de casamento. Segundo o advogado Gustavo Mourão, mestre pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), muito embora o conjunto das leis civis não proíba a união ou casamento entre pessoas do mesmo sexo, não se pode deixar de reconhecer que os princípios gerais e os costumes, quando aplicados ao casamento ou à união civil, presumem a proteção dos institutos enquanto entidade familiar, o que, potencialmente, só ocorreria entre homem e mulher. Outro operador do Direito, o advogado Luís Roberto Barroso, em seu artigo intitulado "Diferentes, mas iguais: O reconhecimento jurídico das relações homoafetivas no Brasil", ressalta que a defesa do modelo tradicional de família não pressupõe a negação de outras formas de organização familiar. Segundo ele, não há incompatibilidade entre a união estável entre pessoas do mesmo sexo e a união estável entre pessoas de sexos diferentes, ou entre estas e o casamento. "O não-reconhecimento jurídico das uniões homoafetivas não beneficia, em nenhuma medida, as uniões convencionais e tampouco promove qualquer valor constitucionalmente protegido", destaca no artigo. Direito Patrimonial Independentemente de reconhecer ou não a união entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar, as relações homoafetivas procuram encontrar, de uma forma ou de outra, amparo judicial. Questões como constituição de patrimônio, pensão, partilha de bens, inclusão de companheiro como dependente em plano de assistência médica etc. não são novidades no STJ. A Corte já estabeleceu jurisprudência sobre os temas patrimoniais. O primeiro caso apreciado no STJ (Resp 148.897) foi relatado pelo ministro Ruy Rosado de Aguiar, hoje aposentado. Em 1998, o ministro decidiu que, em caso de separação de casal homossexual, o parceiro teria direito de receber metade do patrimônio obtido pelo esforço comum. Também foi reconhecido pela Sexta Turma do STJ o direito de o parceiro receber a pensão por morte do companheiro falecido (Resp 395.904). O entendimento, iniciado pelo saudoso ministro Hélio Quaglia Barbosa, é que o legislador, ao elaborar a Constituição Federal, não excluiu os relacionamentos homoafetivos da produção de efeitos no campo de direito previdenciário, o que é, na verdade, mera lacuna que deve ser preenchida a partir de outras fontes do direito. Em uma decisão recente (Resp 238.715), o ministro Humberto Gomes de Barros negou um recurso da Caixa Econômica Federal que pretendia impedir um homossexual de colocar o seu companheiro há mais de sete anos como dependente no plano de saúde. O ministro destacou que a relação homoafetiva gera direitos e, analogicamente à união estável, permite a inclusão do companheiro dependente em plano de assistência médica. Projeto de União Já existem algumas iniciativas para tornar realidade, em nosso ordenamento jurídico, o reconhecimento da união civil entre pessoas do mesmo sexo. O Projeto de Lei 1.151/95 é um deles. A proposta garante que duas pessoas que compartilhem uma vida em comum com laços afetivos, independentemente do sexo, tenham a possibilidade de regularizar essa situação, constituindo, por exemplo, bem de família e partilhando o patrimônio construído em conjunto. No mais, a proposição também assegura a possibilidade de inscrever como dependente em planos de saúde e direitos previdenciários. O projeto sofreu algumas alterações e um substitutivo está aguardando a inclusão na pauta do Plenário da Câmara dos Deputados. * estimativa da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT). ** nome fictício Clique aqui e acesse a íntegra do acórdão que permitiu a análise sob a ótica do direito de família. E acesse aqui o voto que desempatou o julgamento. Leia também: STJ reconhece possibilidade jurídica de discutir ação sobre união homoafetiva.

Relações homoafetivas podem ser reconhecidas juridicamente

20:45 |

A parcela homossexual da população brasileira, estimada em cerca de 17,9 milhões de pessoas*, comemorou no último mês de agosto uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que admitiu a possibilidade jurídica de reconhecimento da união estável entre pessoas do mesmo sexo. Para muitos casais é um grande passo, já que a legislação brasileira não vê, na união homossexual, uma família. A servidora pública Marina**, 36 anos, que vive há cinco anos com outra mulher, acha que qualquer medida tomada para reconhecer direitos é válida, seja para homossexuais ou qualquer outra pessoa. Segundo ela, essa decisão, especificamente, demonstra que o preconceito, ainda muito grande, está perdendo espaço. "As pessoas deviam respeitar os outros por sua ética e seu caráter e não ficar se importando com o que eles fazem ou deixam de fazer dentro de suas casas, em sua vida particular. A menos que sejam coisas nocivas aos outros, ninguém tem nada a ver com isso", afirma. Em sua opinião, é muito triste duas pessoas se unirem, constituírem um patrimônio e, de repente, algo acontece e uma delas fica prejudicada. "Isso sem falar na dificuldade para conseguir inclusão em plano de saúde, reconhecimento à herança ou transferência funcional, por exemplo. Acho que decisões como a do STJ são passos importantes para o reconhecimento do que é uma realidade", avalia. Na decisão da Quarta Turma do Tribunal, ficou estabelecido que não existe vedação legal para que prossiga o julgamento do pedido de declaração de união estável ajuizado por um casal homossexual na Justiça estadual do Rio de Janeiro. Segundo o ministro Luís Felipe Salomão, que desempatou a questão, os dispositivos legais limitam-se a estabelecer a possibilidade de união estável entre homem e mulher, desde que preencham as condições impostas pela lei, quais sejam, convivência pública, duradoura e contínua, sem, contudo, proibir a união entre dois homens ou duas mulheres. "O objetivo da lei é conferir aos companheiros os direitos e deveres trazidos pelo artigo 2º (Lei n. 9.278/96), não existindo qualquer vedação expressa de que esses efeitos alcancem uniões entre pessoas do mesmo sexo. Poderia o legislador, caso desejasse, utilizar expressão restritiva, de modo a impedir que a união entre pessoas de idêntico sexo ficasse definitivamente excluída da abrangência legal. Contudo, assim não procedeu", afirma o ministro em seu voto. Direito de Família As relações homoafetivas são uma realidade no Brasil e no mundo. A Dinamarca foi o primeiro país a reconhecer a união de homossexuais, em 1989. A Constituição da áfrica do Sul, de 1996, foi a primeira a proibir, explicitamente, a discriminação em razão da orientação sexual. A Holanda foi o primeiro país a autorizar o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, em 2001. Entretanto, a lei brasileira até o momento não disciplina especificamente a questão da união homoafetiva. A doutrina é unânime em considerar que não pode haver casamento entre pessoas do mesmo sexo, considerando-se a diversidade de sexos como requisito fundamental para a caracterização do casamento, assim como a forma solene e o consentimento. Assim, não se concebe a união homossexual com natureza jurídica de casamento. Segundo o advogado Gustavo Mourão, mestre pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), muito embora o conjunto das leis civis não proíba a união ou casamento entre pessoas do mesmo sexo, não se pode deixar de reconhecer que os princípios gerais e os costumes, quando aplicados ao casamento ou à união civil, presumem a proteção dos institutos enquanto entidade familiar, o que, potencialmente, só ocorreria entre homem e mulher. Outro operador do Direito, o advogado Luís Roberto Barroso, em seu artigo intitulado "Diferentes, mas iguais: O reconhecimento jurídico das relações homoafetivas no Brasil", ressalta que a defesa do modelo tradicional de família não pressupõe a negação de outras formas de organização familiar. Segundo ele, não há incompatibilidade entre a união estável entre pessoas do mesmo sexo e a união estável entre pessoas de sexos diferentes, ou entre estas e o casamento. "O não-reconhecimento jurídico das uniões homoafetivas não beneficia, em nenhuma medida, as uniões convencionais e tampouco promove qualquer valor constitucionalmente protegido", destaca no artigo. Direito Patrimonial Independentemente de reconhecer ou não a união entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar, as relações homoafetivas procuram encontrar, de uma forma ou de outra, amparo judicial. Questões como constituição de patrimônio, pensão, partilha de bens, inclusão de companheiro como dependente em plano de assistência médica etc. não são novidades no STJ. A Corte já estabeleceu jurisprudência sobre os temas patrimoniais. O primeiro caso apreciado no STJ (Resp 148.897) foi relatado pelo ministro Ruy Rosado de Aguiar, hoje aposentado. Em 1998, o ministro decidiu que, em caso de separação de casal homossexual, o parceiro teria direito de receber metade do patrimônio obtido pelo esforço comum. Também foi reconhecido pela Sexta Turma do STJ o direito de o parceiro receber a pensão por morte do companheiro falecido (Resp 395.904). O entendimento, iniciado pelo saudoso ministro Hélio Quaglia Barbosa, é que o legislador, ao elaborar a Constituição Federal, não excluiu os relacionamentos homoafetivos da produção de efeitos no campo de direito previdenciário, o que é, na verdade, mera lacuna que deve ser preenchida a partir de outras fontes do direito. Em uma decisão recente (Resp 238.715), o ministro Humberto Gomes de Barros negou um recurso da Caixa Econômica Federal que pretendia impedir um homossexual de colocar o seu companheiro há mais de sete anos como dependente no plano de saúde. O ministro destacou que a relação homoafetiva gera direitos e, analogicamente à união estável, permite a inclusão do companheiro dependente em plano de assistência médica. Projeto de União Já existem algumas iniciativas para tornar realidade, em nosso ordenamento jurídico, o reconhecimento da união civil entre pessoas do mesmo sexo. O Projeto de Lei 1.151/95 é um deles. A proposta garante que duas pessoas que compartilhem uma vida em comum com laços afetivos, independentemente do sexo, tenham a possibilidade de regularizar essa situação, constituindo, por exemplo, bem de família e partilhando o patrimônio construído em conjunto. No mais, a proposição também assegura a possibilidade de inscrever como dependente em planos de saúde e direitos previdenciários. O projeto sofreu algumas alterações e um substitutivo está aguardando a inclusão na pauta do Plenário da Câmara dos Deputados. * estimativa da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT). ** nome fictício Clique aqui e acesse a íntegra do acórdão que permitiu a análise sob a ótica do direito de família. E acesse aqui o voto que desempatou o julgamento. Leia também: STJ reconhece possibilidade jurídica de discutir ação sobre união homoafetiva.
Fonte: www.familianotadez.com.br

domingo, 19 de outubro de 2008

Novos Defensores Públicos são empossados

21:10 |

Quinze novos Defensores Públicos foram empossados na tarde desta sexta-feira (17), no Auditório Romildo Bolzan do Tribunal de Contas do Estado. Quem presidiu a cerimônia foi a Defensora Pública-Geral do Rio Grande do Sul, Maria de Fátima Záchia Paludo. Os novos Defensores foram nomeados para a Classe Inicial, em virtude de aprovação no II Concurso Público para ingresso na Carreira de Defensor Público.
Ao discursar, Maria de Fátima deu as boas-vindas aos novos agentes, resgatou a história e os princípios da Defensoria Pública do Rio Grande do Sul. “A busca pela justiça não se limita a processo em cima de processo. Esta busca tem o rosto de cada cidadão que bate em nossa porta, pela forma que executamos nossas atribuições. É por isso que nossa carreira, muito próxima de uma missão ideológica, é aquela que mais se aproxima da justiça”.
De acordo com a Defensora Geral, as 15 novas vagas possibilitarão a criação de duas equipes de trabalho para atuar nas casas prisionais e no setor infanto-juvenil . “A primeira trabalhará junto à Vara Regional de Execuções Criminais de Novo Hamburgo, que congrega os presídios de 19 comarcas, enquanto a a segunda equipe fará o acompanhamento de menores em conflito com a lei na Fundação de Apoio Sócio Educativo (Fase) e na Delegacia da Criança e do Adolescente (Deca)”, explica.
Na próxima segunda-feira (20), os novos defensores públicos iniciarão um estágio preliminar na sede da Defensoria em Porto Alegre – período em que se ambientarão com a rotina do serviço. Depois disso, serão designados para as comarcas de atuação. Foram nomeados os seguintes Defensores Públicos:
Everton Hertzog Castilhos
Caroline Lima e Silva M. Panichi
Sergio da Silva Fraga Junior
Joziele Bona Campana
Alissom de Lara Romani
Caroline Ribeiro Rodrigues
Regina dos Santos Bruchez
Mauro Kaufmann Pereira
Mateus Massia Sanfelice
Caroline Della Giustina Maisonnette
Morgana Magali Gregori
Cláudio Luiz Covatti
Taisa Severico
Kariny Rocha Garcia Masiero Faria
Ana Emilia Franke
Fonte: noticiário institucional

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Defensores atuam em rebelião no Presídio Regional de Santo Ângelo

18:30 |

Os Defensores Públicos da comarca de Santo Ângelo, Manuela Balsini Peixoto e Lucas Lessa Peixoto, atuaram, junto do Poder Judiciário e do Ministério Público, como mediadores na rebelião ocorrida no presídio de Santo Ângelo na quarta-feira (15). Após uma tentativa de fuga frustrada, os presos da galeria A depredaram a cozinha da casa prisional.
De acordo com a Defensora Manuela Peixoto, a situação manteve-se tensa. Os presos exigiram a presença da Defensoria Pública para que fosse restabelecido o diálogo e a negociação a fim de contornar a crise carcerária. “Os líderes da manifestação expuseram o problema da superlotação e fizeram cobranças acerca dos Processos de Execuções Criminais”.
Com o fim da rebelião, ficou ajustado entre as autoridades com atribuição na Vara de Execuções Criminais e os presos que seria averiguado o tratamento concedido pela SUSEPE e a realização de audiências para análise dos processos, além de outras medidas administrativas e jurídicas. O Ministério Público e o comandante local da Brigada Militar também acompanharam a negociação, que se encerrou às 13h.
Três internos e um agente penitenciário resultaram feridos na tentativa de fuga. O Presídio Regional está com 70 detentos acima da capacidade normal e, recentemente, houve duas mortes de detentos - fato que levou a Defensora Pública Manuela Peixoto a requisitar informações à direção da casa prisional.
Fonte: noticiário institucional

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Julgamento sobre pagamento de anuidade à OAB será no dia 20 de outubro

22:43 |

O Processo 2008.08.00877-05/OEP, em tramitação no Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, que trata do pagamento de anuidade à OAB por parte dos Defensores Públicos, foi incluído na pauta de julgamentos do dia 20 de outubro de 2008 e se realizará a partir das 17 h, no Órgão Especial do Conselho Pleno do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil fica localizado no Edifício Sede do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil - Setor de Autarquias Sul (SAS), Quadra 05, Lote 01, Bloco M - 4º andar, Brasília-DF.
Veículo: ANADEP / ADPERJ

Gorete Pereira faz pronunciamento em prol da Defensoria Pública

22:41 |

A Deputada Federal e Vice-Líder do Partido da República, Gorete Pereira (CE), proferiu ontem, dia 15 de outubro, no Plenário da Câmara Federal, um discurso que tem por objetivo impulsionar os projetos que tratem de Defensoria Pública. Confira a íntegra do discurso: Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, Após 20 anos de promulgação da Constituição Federal, a população brasileira ainda sofre com o cerceamento de defesa perante a justiça. De acordo com o presidente da Associação Nacional de Defensores Públicos, Fernando Calmon, apenas 40% das comarcas em todo território nacional oferecem a prestação jurisdicional para os mais pobres. É evidente que o direito ao defensor público assegurado pela Carta Magna ainda não se tornou realidade. No Ceará, por exemplo, das 172 comarcas existentes, somente 55 defensorias atuam para suprir as necessidades da população, realizando em média 32 atendimentos diários, o que realmente confirma o descaso e a falta de respeito com a sociedade. A impressão de inacessibilidade é notória para todas as pessoas que não podem pagar por um advogado, ainda mais pelos recentes acontecimentos referentes à concessão de habeas corpus para pacientes com ótimas condições financeiras, o que, sem dúvida, reflete a idéia equivocada de que os ricos levam vantagem no sistema judiciário. Outro ponto importante que precisa ser denunciado é a pratica descomedida das defensorias dativas, realizada pelos estados. A ação só contribui para a formação de grupos de advogados administrando as defensorias, dando uma errônea conotação de que a prestação jurídica é um favor prestado pela Ordem dos Advogados do Brasil – OAB e não um dever do Estado estabelecido na Constituição. Portanto, Senhor Presidente, Devido sua importância, faço um apelo aos nobres pares para que a PEC 487/2005, mais conhecida como PEC da Defensoria, volte a figurar entre as matérias da pauta de votações do Plenário desta Casa. Muito obrigada.
Veículo: ANADEP

Defensores Públicos e movimentos sociais realizam ato na Avenida Paulista nesta sexta-feira

22:38 |

Nesta sexta-feira (17/10), os Defensores Públicos do Estado de SP e diversos movimentos sociais realizam uma manifestação na Avenida Paulista, com ponto de partida no vão livre do MASP, às 10 horas da manhã. O ponto de chegada da manifestação será na Rua Bela Cintra, em frente à Secretaria de Gestão Pública do Estado de São Paulo.
São esperadas mais de 1500 pessoas, incluindo movimentos sociais atrelados à moradia, à situação carcerária, aos direitos da Criança e do Adolescente, direitos humanos, dentre outros. São aguardados mais de 20 ônibus com moradores das mais diversas áreas de São Paulo e do interior, além dos que deverão ir direito para a Avenida Paulista.
A Defensoria Pública do Estado de São Paulo foi criada apenas em 2006, devido a pressões da sociedade civil organizada. O Estado era um dos únicos que ainda não havia cumprido a Constituição de 1988, que obrigou os estados a criarem a Instituição Pública de assistência jurídica ao pobre.
Após a manifestação desta sexta-feira, será realizada uma Assembléia Geral Extraordinária dos Defensores Públicos às 15hs, para definir se a paralisação continua na semana que vem. A deliberação dos defensores, portanto, deverá ser divulgada por volta das 17hs desta sexta-feira.
Tabelas, comparativos, dados e notícias sobre a paralisação da Defensoria Pública de São Paulo e sobre a Instituição como um todo, podem ser encontrados nos sites www.apadep.org.br e www.paralisacaodadefensoriasp.blogspot.com.
Fonte: Associação Paulista de Defensores Públicos
Veículo: ANADEP

Bahia: CNJ destaca papel da Defensoria Pública

22:37 |

O papel da Defensoria Pública no apoio à cidadania e no acesso a Justiça foi destacado ontem, quarta, 15, durante audiência pública promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em Salvador, no auditório do Tribunal de Justiça da Bahia, no Centro Administrativo. O objetivo do evento foi coletar subsídios que possam implicar em decisões efetivas para combater os problemas da Justiça baiana, a primeira do país a sofrer inspeção do CNJ por concentrar mais da metade dos atrasos nos processo judiciais, conforme destacou o ministro Gilson Dipp, corregedor nacional de Justiça, na abertura.
A audiência iniciou dando voz às representações das principais entidades que atuam na área do Judiciário, incluindo as associações. Logo após as palavras da defensora pública- geral, Tereza Cristina Almeida Ferreira, o ministro fez questão de cumprimentar a instituição em nome da defensora geral, ressaltando o inegável serviço prestado de apoio à cidadania e daqueles que não têm condições financeiras para acessar a Justiça através de um advogado particular.
Tereza Cristina, durante o pronunciamento, falou das dificuldades enfrentadas pela Defensoria em atuar nas 272 unidades judiciais do Estado com número reduzido de defensores públicos – atualmente, 200. E destacou a importância da prática da mediação, que vem sendo estimulada pela instituição no intuito de reduzir os conflitos antes destes chegarem às mesas dos tribunais. “É motivo de orgulho esta abertura do CNJ para o diálogo, algo inédito na história e mostra a coragem de todos nós na busca por uma conduta única”, ressaltou, sugerindo a formação de grupos de trabalhos que aprofundem as discussões lançadas durante a audiência como fundamental para se chegar perto de uma Justiça que o cidadão e a cidadã merecem.
Outro assunto colocado pela defensora geral refere-se ao incentivo na aplicação das penas alternativas como parte de um processo em que se faz necessário rever as medidas de socialização e de punição aplicadas atualmente. A Associação dos Defensores Públicos do Estado da Bahia também foi ouvida, através de sua presidente, Laura Fabíola Amaral Fagury, que enfatizou a atuação dos defensores públicos, os quais respondem por 90% dos processos na área criminal, 70% na de Família e 40% na Cível.
A presidente da Adep/BA citou dificuldades de ordem prática e sugestões para o funcionamento dos fóruns, coletadas entre os membros da classe. Entre elas, a estruturação dos cartórios, a valorização dos serventuários através de uma política de reciclagem, instalações ampliadas para o público e a necessidade de juntar esforços para que as ordens judiciais sejam cumpridas imediatamente, assim como os processos encontrados com facilidade.
Outra colocação que chamou a atenção dos presentes foi a do presidente da Associação dos Magistrados da Bahia, Ubiratã Pizzani, para quem o Judiciário deva ser considerado como “desaguador de todos os problemas que afligem a sociedade”. Pizzani acredita não ser justo colocar toda a culpa nos juízes pela morosidade da Justiça. Para ele, este é um problema social e estrutural.
“Julgar tem uma parcela de divindade, pois decidimos pela vida do outro. O juiz sabe que está praticando o bem para a sociedade. O problema não está no poder. Está no ser humano”, afirmou, referindo-se também à responsabilidade do juiz pela pessoa do preso, discussão que foi levantada na mídia da Bahia recentemente por causa da ação da defensora pública Maria Carmen Albuquerque Novaes, que pediu providências quando presenciou o transporte de adolescentes algemados, na calota de um caminhão, do interior do Estado para a capital, numa distância de 416 quilômetros.
fonte: Defensoria Pública do Estado da Bahia
Veículo: ANADEP

Juízes pedem concurso para Defensoria no Paraná

22:35 |

A Organização Jurídica de Apoio ao Cidadão (Ojac) vai lançar um manifesto, na semana que vem, para que o cargo de defensor público se transforme em uma carreira concursada no Paraná. Na opinião da Ojac, a forma de atuação da instituição é falha e desrespeita os princípios básicos da Constituição Brasileira de 1988. A idéia do manifesto nasceu no 1º Fórum Ojac de Direitos Humanos e Defensoria Pública no Paraná, realizado na terça-feira, com a participação de especialistas e juízes, entre eles Denise Frossard, juíza aposentada do Rio de Janeiro.Atualmente, a Defensoria Pública estadual conta com apenas 48 advogados, “emprestados” por outras secretarias. Na prática, não existem defensores públicos no Paraná.
Para a presidente da Ojac, Solange Aparecida de Souza, a regulamentação do órgão seria o início da transformação. “É uma situação crítica. Existem 15 mil ações em andamento no estado. E o número de advogados é pequeno”, diz. De acordo com a Constituição, é obrigação do estado oferecer assistência jurídica gratuita a quem não tem recursos. “As pessoas menos favorecidas ficam sem ter o seu direito exercido, porque não há o cumprimento da lei. A atuação dos Núcleos de Prática Jurídica das faculdades diminui o desespero das pessoas”, afirma Solange.
Para a juíza aposentada da Justiça Estadual do Rio de Janeiro Denise Frossard, a Defensoria Pública não pode se esconder atrás de uma “maquiagem”. “Ela não é só um órgão. É a defesa efetiva do cidadão. Por esse motivo a Constituição diz que se trata da defesa mais ampla. É a maneira que se encontrou para dar atenção a esse problema, que é muito grande na sociedade”, opina.Ela também entende que a falta de uma defensoria estruturada atrasa o andamento dos processos judiciais. “Caso não haja advogado, é necessário nomear alguém para exercer a função. Além de julgar, o juiz precisa buscar esse defensor”, diz.
A reportagem tentou entrar em contato com a Secretaria Estadual de Justiça para comentar o caso. Não foi atendida e não recebeu retorno das ligações.Mau desempenhoEm 28 de julho, a Gazeta do Povo informou as falhas estruturais da Defensoria. Segundo dados da associação nacional dos defensores públicos, o Paraná tem o pior desempenho entre os cinco estados que enviaram seus dados à instituição. O Rio de Janeiro, considerado modelo na questão, apresenta 634 defensores, totalizando 4,1 advogados a cada 100 mil habitantes. O problema paranaense se evidencia numa comparação com o Rio Grande do Sul, estado com população semelhante. Enquanto os gaúchos têm 319 defensores – três a cada 100 mil habitantes –, o Paraná, com seus 48 advogados, alcança a média de 0,5 a cada 100 mil.
Fonte: Gazeta do Povo
Veículo: ANADEP

STF declara inconstitucional lei do RN que permitia a contratação temporária de defensores públicos

22:28 |

Por unanimidade, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou, nesta quarta-feira (15), a inconstitucionalidade da Lei nº 8.742/2005, do Rio Grande do Norte, que autorizou a contratação temporária, em processo seletivo simplificado – sem concurso público – de 20 advogados para exercerem a função de defensores público substitutos, no âmbito da Defensoria Pública daquele estado.
O governo potiguar alegou que a lei, aprovada pela Assembléia Legislativa estadual (AL-RN), visava suprir a falta de defensores públicos no quadro permanente da Defensoria. A contratação seria por um ano, renovável por igual período, devendo os candidatos, cujo salário seria de um terço do de defensor substituto, ser selecionados por uma comissão de três membros, dos quais um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e um do Ministério Público, vedada a contratação de servidores públicos para a função, salvo em caso de compatibilidade de horários.
OAB impugnou
A decisão foi tomada pelo Plenário do STF no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3700, proposta pelo Conselho Federal da OAB. A entidade alegava ofensa aos artigos 134 da CF, que prevê a contratação de defensores públicos em caráter permanente. Alegava também que, embora as contratações previstas fossem temporárias, a lei impugnada não tinha este mesmo caráter, o que poderia ensejar a contratação sucessiva de defensores pelo processo seletivo simplificado, indefinidamente.
Sustentava, ademais, que a contratação de defensores públicos substitutos não se enquadra na necessidade temporária de excepcional interesse público, hipótese em que a contratação é admitida pelo artigo 37, inciso IX, da CF.
A OAB citou vários precedentes para sustentar que o STF já firmou jurisprudência no sentido de que não é possível a contratação temporária de funcionários para funções permanentes. Entre outros, relacionou as ADIs 2987, relatada pelo ministro Sepúlveda Pertence (aposentado), e 890 e 2125, que tiveram como relator o ministro Maurício Corrêa (aposentado).
Especificamente sobre a contratação temporária de defensores públicos, ela citou a ADI 2229, relatada pelo ministro Carlos Velloso (aposentado). Nesse julgamento, o relator observou que as defensorias públicas são órgãos permanentes do serviço público que não comportam a contratação de defensores em caráter temporário. Velloso lembrou, na época, que as Defensorias Públicas são instituições essenciais à jurisdição do Estado, que tem o dever de prestar assistência jurídica a quem provar insuficiência de recursos para ser parte em processo. Essa função, segundo ele, insere-se no rol de instrumentos de que o Estado dispõe para reduzir as desigualdades sociais, sendo, pois, instrumento de efetivação dos direitos humanos.
Voto
O relator do processo, ministro Carlos Ayres Britto, concordou com os argumentos da OAB e do ministro Carlos Velloso. Segundo ele, como órgãos permanentes, as Defensorias Públicas estaduais prestam assistência jurídica administrativa e judicial, sendo instrumento de democratização do acesso às instâncias judiciárias.
Com isso, contribuem para efetivação do disposto no artigo 5º, inciso XXXV da CF (“a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”), dentro do dever do Estado de proporcionar prestação jurisdicional para possibilitar que se dê tratamento desigual aos economicamente desiguais”.
Em função desse papel das Defensorias, segundo ele, “não há a possibilidade de contratação temporária”, até mesmo para garantir a independência técnica desses órgãos.
Fonte: Site do Superior Tribunal Federal, 15 de outubro de 2008.
Veículo: noticiário institucional